Como esperado, o mau tempo voltou e nem deu tempo para o pobre corpo humano se adaptar.
Da janela da cozinha, vou apreciando a chuva que cada vez chorava mais. Com tal sentimento, tudo à minha volta tinha sido esquecido, até mesmo a alegria dos gatos que iam brincando sem limites.
O som da chuva é tão reconfortante, que traz-nos a sensação que somos uma pena pronta a voar assim que sentir um pouco de vento.
Pensando que estava tudo esquecido, ouvi uma pequena batida que ia crescendo a cada grito que o trovão dava. Era uma pequena melodia que fazia com que a seguisse sem medo de arriscar. Querendo chegar mais perto, fazia a contagem em que sentia a trovoada mais longe e a música mais perto.
Ouvindo-a, apaixonei-me sem restrições, a letra ia possuindo o meu corpo e entrando no ouvido sem deixar nada de lado.
Lembranças iam crescendo e o sentimento sobrepujando a alma, deixando-a afastada de medos e ilusões.
A força ia crescendo, a vontade juntava-se e assim adormecia a velha pessoa, junto com as passadas lágrimas da chuva e a antiga música que ia acompanhando as gotas.
Tinha chegado um novo dia, onde o sol sorria para as nuvens, deixando-as repletas da paz.
Uma pessoa tinha renascido, junto com ela vinha a força de vontade que se tinham juntado e que a ajudaram a concretizar todos os seus objectivos.
Esquecida de tudo, ainda os versos de uma música sobravam.
Porque não consigo lembrar?
Eliana Ferreira
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