sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não espero nada ~


Não queria magoar ninguém, sempre me tornei forte em todas as ocasiões.
Por um simples desabafo parece que o mundo me caiu em cima... Poderei levantar-me desta vez? Erguer-me como se nada fosse?
Queria ser forte novamente, sempre tive nojo de mim mesma.
Desiludo toda a gente e por muitas vezes nem é com intenção, o que posso fazer para mudar.
Recuo no tempo e penso na pessoa que já fui, estaria melhor daquela maneira?
Quero estar sozinha, não quero sair... Quero esconder-me de toda a gente e manter-me só, porque assim sempre estive bem.
Mesmo que digam que a solidão não é boa, eu recorro a ela em tais momentos.
Assim sei que ninguém se desiludirá a não ser eu que sou a desilusão em pessoa.
Por fim acabo sempre na mesma situação...


E assim peço desculpa a toda a gente pela minha nojenta personalidade...

Eliana Ferreira

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sis' ♥

Dedicado a RA


A minha vida tinha desmoronado e a esperança tinha morrido para o dia.
5 de Outubro de 2010... quando dou por mim, penso nesse dia. Traz-me alegria e os meus olhos começam a derramar lágrimas de felicidade.
Vi uma luz, era calorosa e não me queria afastar. Foi natural, foi algo que foi crescendo de dia para dia.
De início era algo indiferente até que passou para um carinho inseparável.
Encontrei alguém... alguém que me fazia feliz e que estava comigo para todos os momentos.
Uma irmã, uma amiga, uma companheira para tudo. As nossas brincadeiras, as nossas histórias e ainda mais risos e choros, abraços ternurentos e nervos que por vezes eram acalmados porque sentíamos que alguém nos acompanhava.
Quantos abraços já foram dados em momentos de solidão, quantas risadas foram expressas em momentos incomuns e novas experiências.
Cada dia era uma nova experiência, sendo boa ou má, desde que a tenho comigo tudo era ameno e suportável.
Quando chego a casa e dou conta de mim sozinha, penso nela, como tenho saudades das nossas noites até às tantas, em que desabafávamos todos os nossos problemas que pareciam tão comuns como beber água.
Os sentimentos que nos fluíam era mútuos e agora já não podemos viver uma sem a outra.

Agora posso dizer que me sinto completa...

Eliana Ferreira

Quero voltar a sonhar ~

Quando era pequena, inventava histórias de amor perfeitas, pensava que tudo era verdade...
Um amor sem ciúme, sem mágoas, sem choro.

Agora sei a verdade, nada é perfeito e algo desanima. Vai passando tempo e apercebemo-nos que alguma coisa não corre bem e que o ciúme começa a apoderar-se do nosso sentimento.

Estraga, magoa e faz chorar.

A confiança… por muito que tentamos dizer que é a máxima, nunca o é, porque certas circunstâncias obrigam-nos a desconfiar.

Gostava de ser um ser perfeito, mas tentando o meu máximo, continuo a ser imperfeita como toda a gente.

Gostava de continuar a sonhar, mas agora penso...

Será que me devo preocupar?

Eliana Ferreira

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Renasci

Dedicado a LC
Renasceste também?

Momentos inesperados acontecem... E, não estando à espera, senti o sangue que a minha alma revia, pensei que já não poderia fazer nada!

Felizmente, estava enganada... Foi mais de 5 segundos, demorou um pouco a recompor-se. A minha alma estava tão ferida, que mesmo que eu chamasse por ela, ela jamais me responderia.

Necessitei de ajuda...

Um simples abraço recompôs todas as felizes memórias que eu tinha e agora consigo dizer que "Não me arrependo de nada!"

Eram 3 da manhã e entendi que podia ser feliz e que conseguia descartar tudo o que me tinha atormentado até então.

Não cumpri a linda promessa da meia-noite, mas o que interessa é que renasci para o mundo.

Tudo o que sofri, todas as lágrimas derramadas deram lugar a um pequeno sorriso... Sentiste?

E agora sei, que por muito que o mundo me queira afectar, eu vou continuar a sorrir.

Porque só eu sei quem me faz feliz...

Eliana Ferreira





00.00

Uma promessa contida no meio de 4 zeros. Eu própria, até o dia hoje nunca tinha quebrado nenhuma.

Sempre fui tão cumpridora.

Ontem, ficou tudo bem numa parte de mim, sabendo que um dos problemas estavam resolvidos, a mensagem que me fez descambar foi enviada: “Falta um minuto para a meia-noite”, nesse mesmo momento, baixei a cabeça e as lágrimas não queriam secar.

“A partir da meia-noite nascerá uma nova pessoa”, onde ela estava naquela hora? A pessoa forte que eu queria ser, tinha desaparecido.

Conseguirei algum dia?

Eliana Ferreira

domingo, 5 de dezembro de 2010

Desisti ~

Nunca pensei em desistir… Foi algo que nunca entrou na minha cabeça.

Hoje, simplesmente olhei para a frente e ao sentir tanta frieza, e tais arrepios que me davam, decidi desistir.

Memórias foram rasgadas e deitadas fora.

Desisti…

Desisti porque sou fraca e a vontade de viver já é pouca.

Penso que ao fazê-lo dei momentos de felicidade e grandes sorrisos a algumas pessoas.

Abandonei os meus sonhos preciosos, a minha vontade de escrever e a minha vontade de sentir cada palavra em cada momento da história.

Abdiquei dos meus primeiros lugares e dei espaço a outros para novos momentos.

Simplesmente deixei-me de mesquinhices.

Agora só quero erguer a cabeça sendo ser um humano sem emoções, se calhar assim tudo seria mais fácil.


Sejam felizes assim!

Eliana Ferreira

Nada ~

Passados esquecidos e mudanças feitas. Quando dou por mim, penso que mudei tanto, que chego a ser diferente de todos.

Queria voltar a pegar na caneta e descrever o que sinto, mas nada sai. A minha capacidade de escrita desceu do seu auge e nunca mais voltou.

Antigamente, matava a minha mágoa numa pequena e pobre folha de papel e depois de tudo, enroscava e mandava-a para o chão, ficando mal tratada e engelhada.

As palavras lá escritas, depois de atiradas para o lixo, viravam meras, sem significado algum na vida, tudo tinha passado!

Agora… dou por mim a pensar se terei sido injusta com a pobre folha, porque acarretou ainda mais mágoa do que eu até que acabou por murchar.

Agora sei e sinto o que sofreu.

Começo a pensar se terá sido uma vingança, irónico não?

Eliana Ferreira

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Pequeno Conto (Trabalho sobre Leucemia)

Tinha andado a pensar se deveria contar ou não acerca do que se passava, tinham aparecido umas manchas estranhas no meu corpo e eu tinha a certeza que não me tinha magoado naquele sítio, pois era difícil ter batido com as costas e não sentir. De início tive medo de contar à minha mãe sobre o sucedido, pois ela começaria logo a ficar preocupada. Quando finalmente chegou o dia em que já não sabia o que fazer, cheguei perto da minha mãe e disse-lhe que tinham aparecido umas manchas estranhas nas minhas costas e a primeira reacção dela, foi subir-me a camisola e ver o que realmente tinha. Como não sabia, decidiu marcar uma consulta no médico.

Entretanto fui às aulas e quando me deparava com as aulas de Educação Física, toda a gente me perguntava o que eu tinha nas costas, e eu já farta de dizer que não sabia o que era, fui repetindo o mesmo, até que chegou o dia da consulta.

No dia D, a resposta do médico foi a de “Não sei o que se passa”, mandando-me assim fazer exames. Sendo sincera, detesto exames, detesto ter de faltar às aulas e detestava ter de levar com os médicos sempre a perguntar “Então, o que te aconteceu?”, a minha paciência também tem os seus limites.

Quando chegou a hora de fazer o exames, fizeram-me o impossível. E eu pensando que nunca iria passar por aquilo tudo.

Durante o processo, continuei a levar com as mesmas questões e com os mesmos olhares como se fosse uma extraterrestre, cada vez me sentia mais olhada nos balneários. Nunca tinha pedido tanto para saber a resposta à questão “O que tenho?”, e desejava cada vez mais que me dessem a medicação necessária para que aquelas manchas desaparecessem de uma vez por todas.

O dia “glorioso” finalmente chegou e então dirigi-me ao hospital mais uma vez, acompanhada pela minha mãe. Fomos buscar os exames e eu estava mais feliz do que nunca, sabendo que nunca mais seria olhada como um bicho.

Quando finalmente chegou a nossa vez, entramos no consultório e vimos o médico com uma cara pouco satisfeita, como se alguém estivesse ali a morrer. Esboço um sorriso irónico na hora e sento-me bem na sua frente.

O médico olha para mim e para a minha mãe com uma cara indignada. A minha mãe nota a sua expressão e um pouco nervosa, pergunta:

- O que se passa? O que a minha filha tem? Não é nada de grave pois não?

- Calma mãe, não é preciso tantas perguntas – levanto-me envergonhada, olhando seguidamente para o médico, esperando a sua resposta.

Do nada, com uma expressão forte, eu e a minha mãe deparamo-nos com “A sua filha tem Leucemia Crónica”. O meu corpo petrificou… Não tive qualquer tipo de reacção. A minha mãe desatou a chorar apavoradamente sem saber se tinha cura ou não, apenas insinuou que os exames estavam errados, mas poucas eram as probabilidades para tal acontecer.

Eu permaneci calada durante bastante tempo, não tinha mais nada para dizer, sei perfeitamente que ia necessitar de um doador compatível, mas quem? Depois de tantos pensamentos que circundavam o meu pensamento, levantei-me e saí da sala, sem ninguém, sem nada e sem mais o que pensar. A minha vida pela primeira vez estava por um fio, sem que eu notasse já estava a morrer por dentro e sem esperar, recebo uma notícia da qual interpreto “Podes morrer a qualquer momento!”.

Sigo para fora do hospital e sento-me… Tentando conter tudo o que havia dentro de mim, prestes a descambar a qualquer momento, morri, morri de choro, as lágrimas caiam pela minha face a baixo sem qualquer permissão… “O que vou fazer” pensava eu em todos os momentos.

A minha mãe permaneceu ainda algum tempo dentro do hospital, ouvindo o médico a explicar o que era a Leucemia Crónica, ficando a saber nesse mesmo momento que com ou sem doador, raramente tinha cura.

Tudo o que passei, todos os meus momentos felizes, tudo com que sonhei, apenas virou um caos, não havia mais nada o que pensar, não havia mais nada para sonhar… Pois tudo seria em vão.

A minha mãe saiu do hospital e não disse mais nada para além do “Vamos para casa”. Como precisava de um abraço naquele momento. Aquele simples vamos para casa tocou bastante no coração, tomando a forma de palavras frias, mas ao mesmo tempo com um toque de solitárias.

Seguimos o caminho e fomos para casa.

Quando finalmente chegamos, corri para o meu quarto, atirando-me para a cama bruscamente.

Afinal quem era a doente? Eu ou ela? É APENAS A MINHA VIDA! Posso parecer egoísta, mas mais que nunca eu precisava do consolo e da companhia da minha família.

A partir do irónico “dia glorioso” nada voltou a ser o mesmo, tudo continuou e eu não me adaptei a nada.

Na escola as minhas grandes amigas continuavam a preocuparem-se, dizendo inocentemente um “Tens de cuidar dessas pisaduras”, e eu como não lhes contei, ria como se nada fosse… Mas os meus olhos só queriam chorar.

É difícil enganar o que sentimos e fingir quem não somos.

Para além das ironias da minha vida, as rotinas… O divertimento foi cortado para que eu morresse de desespero em vez de Leucemia. Nunca mais voltei a sair com os meus amigos por causa dos tratamentos. Andava farta das quimioterapias, imunoterapias ou lá como se chamavam, sendo algo desinteressante que não faria nada!

Sinceramente… preferia viver a vida normalmente até que o dia chegasse.

Ninguém pensou da mesma maneira do que eu e então continuei a deitar o resto dos meus dias num caixote de lixo de um hospital.

Já sabia que mais cedo ou mais tarde ia morrer. Para quê ter ersperanças, quando o meu corpo já começa a falhar?

Dias passaram e prenderam-me a uma cama, estaria peto de ver o que há para além do nosso simples mundo.

Como não posso fazer mais nada, escrevo um pouco da minha experiência, tendo esperança que isto não se repita com ninguém, pois não desejo o que sofri. Estar impossibilitada de tudo o que tinha antes é o pior presente que me poderam dar.

Quando sentirem que algo está estranho nas vossas vidas, não exitem e falem.

Eu já não tenho medo, pois a única mágoa que ficará presente é o sofrimento das pessoas que amo, mas sei que será temporário, pois tudo se ultrapassa.

E aos poucos vou fechando os olhos para o Sol

Lembrando-me que o amanhã será um novo dia

E tendo esperança em alguém que lerá o meu

“Pequeno Conto”

Eliana Ferreira